Há benefícios com a
lobectomia pulmonar robótica? No artigo publicado em 2017 na revista Annals of Thoracic Surgery foram comparadas
lobectomias pulmonares realizadas pelas vias robótica, videotoracoscópica e aberta (toracotomia). A via robótica apresentou melhores resultados pós-operatórios como menor tempo de internação, menores taxas de complicações e conversão para cirurgia aberta.
A base para esse estudo retrospectivo foi o banco de dados do Premier Healthcare que inclui informações administrativas de mais de 700 hospitais universitários e de comunidade nos Estados Unidos, representando 20% das internações hospitalares americanas. Foram incluídas
lobectomias pulmonares eletivas realizadas de janeiro de 2011 a setembro de 2015.
Os autores utilizaram escore de propensão para equilibrar os três grupos. Essa técnica estatística emprega regressão logística multivariada para diminuir o viés de seleção em estudos retrospectivos. Nesse trabalho, permitiu que os três grupos ficassem muito semelhantes quanto às características dos pacientes e dos hospitais onde ocorreram as cirurgias. Após essa etapa, duas comparações foram realizadas:
lobectomia robótica vs aberta e robótica vs videotoracoscópica.
Comparada com lobectomia aberta, a robótica (2775 pacientes em cada grupo) foi associada a menos complicações pós-operatórias (34,6% vs 43,2%, p<0,0001), menor tempo de internação hospitalar (5 vs 7 dias, p<0,0001) e menor mortalidade (1 vs 1,7%, p=0,0282). Quando comparada com a videotoracoscopia (2951 pacientes em cada grupo), a robótica apresentou menor taxa de conversão para toracotomia (6,3% vs 13,1%, p<0.0001), menos complicações pós-operatórias (34,1% vs 37,6%, p=0.0061) e menor tempo de internação (5 vs 6 dias, p=0.006). A mortalidade foi semelhante entre esses dois grupos (0,9 vs 1,2%, p=0.44).
A maior limitação desse estudo é seu desenho retrospectivo. Por outro lado, o grande número de pacientes incluídos (quase 3000 por grupo) e o fato de ser baseado num banco de dados administrativo com grande representatividade de hospitais americanos são os pontos fortes desse artigo, mostrando resultados mais próximos à ?vida real?.
Fonte: