O que é

A pneumectomia ou pneumonectomia consiste na remoção cirúrgica de todo um pulmão. Para tanto, é feita a secção independente da artéria, veias e brônquios para este pulmão.

Para qual doença do tórax é indicada

Uma das principais indicações da pneumonectomia é o câncer de pulmão. É um procedimento de exceção, uma vez que indicamos a pneumonectomia apenas quando ou tumor é muito grande ou compromete a origem do brônquio ou da artéria pulmonar. Inclusive, em muitas situações, antes de partir para a pneumonectomia realizamos reconstruções da artéria ou do brônquio, na tentativa de poupar parênquima pulmonar e realizar a lobectomia, uma cirurgia menor e que é o padrão-ouro para o tratamento do câncer de pulmão. A pneumonectomia também pode ser indicada em outras situações como a bronquiectasia, metástases pulmonares, malformações congênitas do pulmão e outras situações raras como o mesotelioma pleural. No caso do mesotelioma a pneumonectomia é realizada em conjunto com a ressecção da pleura, diafragma e pericárdio, entretanto este procedimento tem tido indicação cada vez mais restrita.

Procedimento

Tradicionalmente a pneumonectomia é realizada através de uma toracotomia, ou seja, uma incisão na parede lateral do tórax de cerca de 15cm, seguida de afastamento das costelas. São dissecados e seccionados brônquio, artéria pulmonar e veias pulmonares e o pulmão é retirado como um todo. Sempre antes de prosseguir com a pneumonectomia reavaliamos a possibilidade de, ao invés da pneumonectomia, realizar uma lobectomia. Atualmente, devido a avanços tecnológicos, é possível realizar a pneumonectomia de forma minimamente invasiva como através da cirurgia por vídeo ou da cirurgia robótica, que é nossa técnica preferencial. Ao invés, da incisão maior e afastamento de costelas, o mesmo procedimento pode ser feito por pequenos cortes, minimizando dor, tempo de internação e complicações pós-operatórias (para maiores informações sobre evidencias científicas de vantagens da cirurgia robótica, clique aqui). A cirurgia dura de 2 a 4 horas e na maior parte das vezes o paciente é encaminhado à UTI para passar a primeira noite pós-operatória. A complexidade da cirurgia, idade do paciente, doenças de base, entre outros fatores, são os critérios utilizados para a indicação de UTI.

Recuperação

Após a cirurgia o paciente fica com um dreno de tórax que é removido geralmente entre o 2º e 5º dia pós-operatório. Uma vez retirado o dreno e estando a dor e outros fatores clínicos controlados é possível dar alta hospitalar. O retorno às atividades habituais geralmente ocorre a partir do 15º dia pós-operatório, porém diversos fatores podem influenciar este tempo.

Contra-indicações

Séries de casos nacionais e internacionais reportam complicações em cerca de 30% dos casos operados e mortalidade em 6%. As complicações mais frequentes são pneumonia, empiema pleural, drenagem prolongada, dor pós-operatória e arritmias cardíacas. Para reduzir a chance de complicações é necessária uma boa seleção de candidatos à cirurgia, portanto sempre avaliamos função pulmonar e analisamos risco cardiovascular antes de indicá-la. O maior risco de complicações após a pneumonectomia é algo que nos leva a insistir na busca de procedimentos cirúrgicos alternativos como a lobectomia.