O que é

O timoma é um tumor raro, mais frequentemente diagnosticado na 5ª e 6ª décadas de vida, e que se desenvolve a partir de células residuais do timo.  O timo um órgão linfático localizado atrás do osso esterno e a frente do coração que participa da produção das células de defesa (linfócitos) na infância, mas que evolui ao longo dos anos, encontrando-se apenas resquícios de sua estrutura após a adolescência. 

Possíveis causas

O timoma se origina de mutações nas células tímicas e pode ter diferentes graus de agressividade. Contudo, as causas do timoma e seus fatores de risco são ainda desconhecidos.

Sintomas

Os sintomas dos timomas podem estar relacionados a compressão ou invasão de estruturas adjacentes bem como a síndromes para neoplásicas. Dor atrás do osso esterno é comum e outros sintomas relacionados a compressão ou invasão local incluem: rouquidão (invasão de nervo da laringe), falta de ar por paralisia do diafragma (invasão do nervo frênico), inchaço no rosto (compressão/invasão das veias do mediastino como a veia cava), falta de ar e respiração ruidosa (por compressão/invasão da traqueia), dificuldade de engolir (por compressão/invasão do esôfago) e palpitações por invasão do pericárdio ou coração. Os timomas são frequentemente associados a síndromes para neoplásicas e a mais comum é a miastenia gravis, uma doença autoimune que acomete a junção neuromuscular e provoca fraqueza generalizada. Outras síndromes raras podem acompanhar o timoma como anemias e doenças neurológicas.

Diagnóstico

O diagnóstico do timoma é feito, na maioria das vezes, através de tomografia de tórax. À tomografia observa-se imagem de um tumor no mediastino anterior, o espaço delimitado a frente pelo osso esterno, atrás frente pelo coração e lateralmente pelos pulmões. Muitas vezes a imagem é suficiente para estabelecer o diagnóstico e prosseguir com o tratamento. Contudo, em casos de duvida uma biópsia pode ser feita através de punção com uma agulha guiada por tomografia. Quando se suspeita de doença avançada exames adicionais como ressonância magnética ou tomografias de abdômen e crânio podem contribuir. A tomografia por emissão de pósitrons (PET-Scan) pode ser utilizada para ajudar a avaliar o grau e a extensão da doença.

Tratamentos indicados

O tratamento padrão para o timoma é sua ressecção (remoção) cirúrgica em conjunto com o timo (ver texto sobre timectomia). A cirurgia está indicada em casos nos quais não há metástases e é fundamental que a remoção seja completa. O procedimento era tradicionalmente realizado através de esternotomia (incisão vertical no meio do tórax com abertura do osso esterno), porem mais recentemente muitos casos tem sido operados de forma minimamente invasiva, seja por videotoracoscopia ou cirurgia robótica, com suporte da literatura (Evidencias Cientificas). Em alguns casos de tumores invasivos a quimioterapia pode preceder a cirurgia, portanto é muito importante que a extensão da doença seja adequadamente estimada pelos exames de imagem pré-operatórios. Em pacientes cuja patologia final revela um tumor invasivo, a radioterapia é uma opção para consolidação do tratamento cirúrgico. Casos com doença mais avançada, seja por disseminação para a pleura ou por metástases, são tratados com quimioterapia.