O que é

Plicatura diafragmática consiste no reposicionamento do diafragma em sua posição original, reduzindo os efeitos deletérios à respiração provocados por sua elevação anormal. O diafragma é o músculo que divide o tórax do abdome à direita e à esquerda, tem formato de abóboda e funciona como um fole (descendo ao contrair e subindo ao relaxar) atuando na respiração como o principal músculo no auxilio ao enchimento dos pulmões durante a inspiração.

Do ponto de vista técnico, para executarmos uma plicatura diafragmática precisamos suturar a porção do musculo que se encontra paralisada ou flácida no próprio musculo, fazendo com que ele recupere sua posição original e possibilite uma adequada expansão pulmonar. 

Para qual doença do tórax é indicada

A plicatura diafragmática é utilizada principalmente no tratamento da eventração diafragmática ou paralisia diafragmática. A plicatura permite melhor expansão pulmonar na fase inspiratória e recuperação funcional da mesma.

Procedimento

Tradicionalmente a plicatura diafragmática (primeiro relato em 1920) é realizada através de uma toracotomia, ou seja, uma incisão na parede lateral do tórax de cerca de 12-15cm, seguida de afastamento das costelas. Atualmente, devido a avanços tecnológicos, é possível realizar a plicatura diafragmática de forma minimamente invasiva como através da cirurgia por vídeo ou da cirurgia robótica. Ao invés, da incisão maior e afastamento de costelas, o mesmo procedimento pode ser feito por pequenos cortes, minimizando dor, tempo de internação e complicações pós-operatórias. A cirurgia demora cerca de 2 horas e após a recuperação pós-anestésica é o paciente é encaminhado ao quarto, mas em alguns casos, pode passar a primeira noite pós-operatória na UTI. A complexidade da cirurgia, idade do paciente, doenças de base, entre outros fatores, são os critérios utilizados para a indicação de UTI.

Recuperação

Após a cirurgia o paciente fica com um dreno de tórax (ver cuidados pós-operatórios) que é removido geralmente entre o 2º e 5º dia pós-operatório. Uma vez retirado o dreno e estando a dor e outros fatores clínicos controlados é possível dar alta hospitalar. O retorno às atividades habituais geralmente ocorre a partir do 15º dia pós-operatório, porém diversos fatores podem influenciar este tempo.

Contra-indicações

Séries de casos nacionais e internacionais reportam complicações em cerca de 20% dos casos operados e mortalidade em 1%. As complicações mais frequentes são pneumonia, drenagem prolongada, dor pós-operatória e arritmias cardíacas. Para reduzir a chance de complicações é necessária uma boa seleção de candidatos à cirurgia, portanto sempre avaliamos função pulmonar e analisamos risco cardiovascular antes de indicá-la (ver preparo pré-operatório).